Apresentação
Esse desejo inicia a partir do momento em que comecei a olhar a cidade não como algo comum ou cotidiano, mas sim como algo que contrastava entre o surreal e o desigual. Essa inquietação aumenta a partir do momento que entrei no Curso Técnico em Edificações no CEFET-MG e lá mergulhei de cabeça por dois anos no mundo da Iniciação Científica. Estudar a cidade por meio dos programas habitacionais da ´Prefeitura de Belo Horizonte foi uma tarefa complicada e que me levou a cair na real. Que a cidade é desigual todo mundo sabe, mas sair da bolha, conversar com as pessoas e ver com os próprios olhos é outro impacto.
Dentro dos vários ônibus para ir para o local da pesquisa passei por Venda Nova, pela barragem da Pampulha, pelo Centro de BH, pela Savassi até finalmente chegar lá no alto do Aglomerado Santa Lúcia. Inúmeras cidades dentro de uma só. Inúmeras realidades dentro de uma só. Após esses dois anos, entro aqui em busca de quem sabe um dia contribuir para alterar essa realidade de uma cidade que deve muito em questão do direito de existir nela. Acredito em uma arquitetura e em um urbanismo que evolua cada vez mais nessa direção, avançando para as diversas áreas de atuação de um profissional seja no meio acadêmico ou fora dele.
A capital do Planeta Minas esmiuçada por Fernando Gabeira, a metrópole mineira dos rios invisíveis, a cidade dos painéis do CURA, do surgimento do Clube da Esquina, do Skank, do rap, dos bares, das feiras ao ar livre, dos parques, do Mineirão lotado, é uma cidade que pulsa e vibra das mais diversas formas. É com essa cidade das contradições que chego aqui, para somar, para ouvir, estudar, me impressionar, me revoltar e continuar um processo contínuo de desconstrução do que é viver na cidade e atuar em prol dela.
Até a próxima!
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